As
mulheres atualmente estão desconstruindo o mito do eterno feminino: de ser
mães; ingênuas; delicadas e fragéis (Beauvoir, 1970).
Segundo
Beauvoir (1970) nem todo ser humano que é do sexo feminino, é necessariamente
uma mulher, pois não existe uma essência de mulher em todas as pessoas do sexo
feminino, o caráter feminino vem de uma reação ambiental, ou seja, a mulher é
um produto construído socialmente por meio da cultura. Assim sendo, somente a
mediação com outrem dentro de uma cultura, pode determinar se um individuo é
homem ou mulher.
Em
uma sociedade ocidental de origem patriarquista, a mulher sempre teve uma
relação de inferioridade ao homem. Essa relação de poder trás uma constante
dominação masculina. As mulheres foram coisificadas como sendo um simples
objetivo de desejo, de prazer, de
serviço, e de procriação (Ribeiro,
2011). Ademais, a mulher foi privatizada de uma vida pública,
e a sociedade criou “estigmas” para compôr a sua feminilidade. “Numa sociedade machista, espera-se da
mulher, além da beleza, seja ela portadora, dentre outros estigmas, da
docilidade, delicadeza, obediência, recato, honestidade, e infinita bondade”
(Ribeiro, 2011, p. 480).
As mulheres que possuem uma conduta diferente
da esperada são consideradas erradas, declara-se que as mulheres não são
femininas. Elas são cobradas pela sociedade para serem femininas, “Sejam
mulheres, permaneçam mulheres, tornem-se mulheres" (Beauvoir, 1967, p. 7).
Entretanto,
na sociedade atual a mulher vem destronando o mito da feminilidade, elas
declararam a sua independência. Começaram assumir papéis que anteriormente eram
designados aos homens, porém, a independência ainda não foi totalmente
concedida e a mulher ainda está vivendo em uma sociedade patriarcal.
As
mulheres que não querem seguir os costumes impostos na sociedade, como o de
vestir-se como mulher, ser delicada e ser objeto sobre controle de um homem
elas podem não serem aceitas pela sociedade.
Como
afirma Beauvoir (1967);
Uma
mulher que solicita por demais abertamente o desejo do macho é mal vista; mas
que parece repudiá-lo não é muito mais recomendável: pensam que ela quer
masculinizar-se, que é uma lésbica; ou singularizar-se: é uma excêntrica;
recusando seu papel de objeto, desafia a sociedade: é uma anarquista. Se deseja
tão somente não ser notada, cumpre que conserve sua feminilidade (p. 298).
A
desigualdade ainda está presente nos dia de hoje, o mito da feminilidade
ainda
está imposto por
uma vasta população dominadora que quer manter a mulher sob-controle, muitas
vezes se expande em elogios.
Beauvoir, S.
(1967).O segundo sexo: a experiência
vivida, (2ªEd.), São Paulo: SP.
Beauvoir, S.
(1970). O segundo sexo: fatos e mitos,
(4ª Ed.), São Paulo: SP.
Ribeiro, A.L.T, (2011), Razão e sensibilidade: a
desconstrução do mito da fragilidade feminina.
Curitiba: PA.